- por Marcos Gimenez
- on 23/11/2024
Os voos tripulados para Marte podem começar nos próximos 50 anos, disse o CEO da Roscosmos, Yuri Borisov.
“Acho que talvez ainda mais rápido, nos próximos 50 anos”, disse Borisov em entrevista a Marina Kim para o projeto “Novo Mundo” no canal russo de TV Soloviev Live, respondendo à questão de saber se o sonho da humanidade de ir a Marte se tornará realidade nos próximos 100 anos.
Segundo Borisov, “é nesse momento que as tecnologias adequadas serão acumuladas, novos foguetes serão criados e testados, o que permitirá chegar ao Planeta Vermelho com muito mais rapidez”.
Ao mesmo tempo, fez a ressalva de que, por enquanto, os voos de longa duração para Marte são considerados ficção científica, uma vez que, ainda existem “muitas incógnitas” no comportamento humano durante esses períodos de tempo.
Os problemas potenciais, disse ele, estão relacionados à compatibilidade psicológica, bem como à manutenção das funções básicas do corpo humano durante voos longos em condições de microgravidade.
Entende-se, que afirmação de Borisov, sobre voos tripulados para o planeta vermelho nos próximos 50 anos parece plausível, considerando os avanços tecnológicos atuais. A NASA, por exemplo, já está estudando os efeitos da microgravidade em voos tripulados para a Lua, o que pode ser um passo para futuras missões a Marte.
Além disso, a Roscosmos e outras agências espaciais têm investido pesadamente em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias para viagens espaciais de longa duração. Embora haja desafios significativos, como a proteção contra radiação cósmica e o impacto do isolamento prolongado na saúde mental, contudo os progressos têm sido encorajadores.
Vejamos o que mais há no caminho para o planeta vermelho: Elon Musk anunciando planos para voos a Marte é muito interessante, porém há o que considerar!
Vamos analisar alguns pontos-chave:
Planos
1. Voos não tripulados em 2 anos: Testar tecnologia e infraestrutura.
2. Voos tripulados em 4 anos: Envolverão astronautas da SpaceX.
3. Objetivo final: Estabelecer uma colônia permanente em Marte.
Desafios
1. Distância: Aproximadamente 225 milhões de km.
2. Radiação cósmica.
3. Condições climáticas extremas.
4. Tecnologia de propulsão.
Impacto
1. Avanço científico.
2. Possíveis descobertas.
3. Expansão da presença humana no espaço.
4. Inspiração para novas gerações.
Contexto
1. SpaceX já realizou voos bem-sucedidos com foguetes reutilizáveis.
2. Projeto Starship em desenvolvimento para voos interplanetários.
3. NASA também planeja missões a Marte na década de 2030.
Para voos não tripulados a Marte, os principais obstáculos incluem:
Técnicos
1. Propulsão eficiente: Desenvolver motores capazes de impulsionar a nave por longas distâncias.
2. Sistema de navegação: Precisão na rota e controle de altitude.
3. Comunicação: Transmissão confiável de dados entre a Terra e a nave.
4. Energia: Fontes de energia autossuficientes (painéis solares, baterias, etc.).
5. Proteção contra radiação: Blindagem para proteger equipamentos.
Ambientais
1. Radiação cósmica: Proteger equipamentos e componentes eletrônicos.
2. Temperatura extrema: Varições de -125°C a 20°C.
3. Vácuo espacial: Pressão e condições adversas.
4. Meteoritos e detritos: Riscos de colisão.
Logísticos
1. Custo: Desenvolvimento e lançamento de naves espaciais.
2. Peso e dimensões: Limitações para transportar carga útil.
3. Testes e validação: Garantir confiabilidade antes do lançamento.
4. Integração de sistemas: Harmonizar componentes e subsistemas.
Operacionais
1. Controle remoto: Gerenciar a nave à distância.
2. Autonomia: Capacidade de tomar decisões sem intervenção humana.
3. Recuperação de dados: Coletar e transmitir informações precisas.
4. Manutenção: Realizar reparos e atualizações remotas.
Regulatórios
1. Normas internacionais: Cumprir regulamentações espaciais.
2. Licenças e autorizações: Obter permissões para lançamento e operação.
Para superar esses desafios, agências espaciais e empresas como SpaceX, NASA e Blue Origin investem em:
1. Pesquisa e desenvolvimento.
2. Testes rigorosos.
3. Parcerias internacionais.
4. Inovação tecnológica.
5. Planejamento cuidadoso.
Conclusão
Caminhamos rápido nesses últimos 63 anos. Os primeiros a voarem ao espaço foi o russo Iuri Gagarin, 12 de abril de 1961, a bordo da Vostok 1 e em segundo, o americano Alan Shepard, 5 de maio de 1961, a bordo da Freedom 7. Neil Armstrong, americano, o primeiro homem a pisar na Lua, 20 de julho de 1969, durante a missão Apollo 11.
Depois de forma conjunta, russos e americanos projetaram a Estação Espacial Internacional (EEI), construída entre 1998 e 2011. A montagem iniciou com o lançamento do módulo Zarya, projetado e construído pela Rússia, especificamente pela empresa RKK Energia e lançado pelo foguete Proton-K em 20 de novembro de 1998. O Zarya serve como módulo de serviço, fornecendo energia, propulsão e armazenamento para a Estação Espacial Internacional.
A EEI é um projeto conjunto de várias agências espaciais, incluindo:
– Agência Espacial Canadense (CSA/ASC)
– Agência Espacial Europeia (ESA)
– Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA)
– Agência Espacial Federal Russa (ROSKOSMOS)
– Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) dos Estados Unidos
Essa estação espacial encontra-se em órbita da Terra a uma altitude de aproximadamente 400 quilômetros.
Assim, nessas décadas, avançamos com novas tecnologias e, a ISS é um local de autos estudos, pesquisas referentes à microgravidade, experimentos quanto a nutrientes para longas viagens, estudos dos efeitos psicológicos em confinamentos prolongados entre outros projetos científicos.
Portanto, acreditamos que nos próximos 50 anos estaremos em uma nave espacial com suporte de vida adequado para a tripulação realizar a viagem em segurança; teremos propulsores e energia suficientes para os motores e suporte de vida para manter os pesquisadores e seus experimentos em solo marciano.
Teremos avançado, também, a proteção dos delicados instrumentos contra a radiação cósmica e progredido, da mesma forma, na comunicação, porque a distância dificulta o envio e recebimento de mensagens para execução de tarefas urgentes, como correção de curso e reparos de softwares.
Para que alcancemos os objetivos, devemos continuar trabalhando unidos (cientistas de várias nações), cooperação internacional, para adquirir novos conhecimentos, suplantar desafios em prol da humanidade. Devemos ser livres de questões geopolíticas que deterioram as boas relações.
Com essa filosofia em prática poderemos ir ao espaço profundo procurar seres inteligentes.
Imagem Destacada: Nave Espacial chegando a Marte, em 2075, para explorar o Planeta Vermelho. Imagem futurística, Gerada por IA – DELL-E3
Fonte: https://ria.ru/20241122/mars-1985190840.html