- por Marcos Gimenez
- on 08/03/2025
Conversas secretas entre assessores de Trump e líderes da oposição ucraniana revelam pressão dos EUA para eleições antecipadas e possível saída de Zelenskyy.
Em meio à guerra prolongada e ao desgaste político, aliados do ex-presidente dos EUA Donald Trump mantêm discussões sigilosas com a oposição ucraniana, incluindo figuras como Yulia Tymoshenko e membros do partido de Petro Poroshenko. O objetivo é pressionar o presidente Volodymyr Zelenskyy a renunciar ou concordar com um acordo de paz que envolva concessões à Rússia, em um movimento que pode redefinir o futuro da Ucrânia e suas relações com Washington.
Existe a expressão popular no Brasil para noticiar situações fatídicas no dia a dia. Não de forma intempestiva e chocante como: “o gato morreu!” Mas suavizar o acontecido: “O gato subiu no telhado” – significa dar uma péssima notícia, todavia em partes, numa sequência de fatos: o gato subiu, escorregou, caiu e, infelizmente, morreu.
A expressão popular brasileira “o gato subiu no telhado” parece resumir o momento delicado vivido pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy. A metáfora, que sugere a má notícia anunciada em etapas, reflete a crescente pressão sobre o líder ucraniano, que enfrenta não apenas a guerra contra a Rússia, mas também movimentos políticos internos e externos que podem culminar em sua saída do poder.
Segundo reportagem do site Politico, quatro membros seniores da equipe de Donald Trump mantiveram conversas secretas com líderes da oposição ucraniana em Kiev. Entre eles estão Yulia Tymoshenko, ex-primeira-ministra conhecida por sua ambição política, e representantes do partido de Petro Poroshenko, antecessor de Zelenskyy. As discussões giraram em torno da possibilidade de eleições presidenciais antecipadas, atualmente adiadas devido ao estado de lei marcial no país.

A realização de eleições em meio à guerra é vista com ceticismo por muitos, já que milhões de eleitores estão na linha de frente ou vivem como refugiados no exterior. Críticos argumentam que um pleito nessas condições poderia ser caótico e beneficiar a Rússia. No entanto, assessores de Trump acreditam que Zelenskyy perderia qualquer votação, citando a fadiga da guerra e a insatisfação popular com a corrupção.

Créditos: A Administração Presidencial da Ucrânia.
A pressão sobre Zelenskyy intensificou-se após um confronto tenso na Casa Branca na semana passada, quando Trump e seu vice, JD Vance, repreenderam o líder ucraniano. Trump chegou a chamar Zelenskyy de “ditador sem eleições” e sugeriu que ele não permaneceria no cargo por muito tempo sem um acordo com a Rússia. Desde então, autoridades do governo Trump têm sugerido que Zelenskyy deve renunciar ou aceitar um plano de paz que envolva concessões significativas.
Conclusão
Enquanto a Ucrânia enfrenta desafios internos e externos, a pressão sobre Zelenskyy parece aumentar a cada dia. A aproximação de Washington com a oposição ucraniana e as críticas públicas de Trump indicam que o líder ucraniano está em uma posição cada vez mais frágil. Para muitos, o “gato já subiu no telhado“; resta saber se ele conseguirá se equilibrar ou se a queda será inevitável.
Imagem Destacada: Foto do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky : Créditos: (The Canadian Press/AP pic)
Foto de Yulia Tymoshenko – Créditos: Site oficial do Gabinete do Ministério da Ucrânia, http://www.kmu.gov.ua/control/uk/photogallery/gallery?galleryId=192380845&
Fonte: https://www.politico.eu/article/donald-trump-allies-secret-talks-volodymyr-zelenskyy-opposition-ukraine-elections-yulia-tymoshenko-petro-poroshenko/