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Escalada de medidas protecionistas abala mercados e aproxima adversários históricos, enquanto Brasil surge como peça-chave no tabuleiro internacional

 

Falando Sério! A partir de abril de 2025, a imposição de tarifas recíprocas entre Estados Unidos e China atingiu níveis sem precedentes, reconfigurando radicalmente as relações comerciais globais. Com taxas que ultrapassam 100% sobre produtos chineses e retaliações chinesas de 84% sobre bens americanos, a disputa transcendeu a esfera econômica, afetando alianças políticas, inflacionando custos e gerando temores de uma recessão mundial. Enquanto Washington justifica as medidas como “reconstrução industrial”, Pequim acusa os EUA de sabotar o sistema multilateral. No epicentro da crise, até aliados tradicionais, como a União Europeia, buscam novos parceiros e, o Brasil emerge como um dos raros beneficiários indiretos.

A escalada tarifária iniciada pelos Estados Unidos em abril de 2025 surpreendeu até os analistas mais céticos. Donald Trump, retomando políticas protecionistas de seu primeiro mandato, elevou as tarifas sobre produtos chineses para 104%, somando medidas graduais anunciadas entre 2 e 9 de abril. A justificativa foi a de “reerguer a indústria americana”, supostamente enfraquecida por décadas de liberalização comercial. A estratégia, no entanto, não se limitou à China: mais de 180 países, incluindo aliados como Reino Unido e Alemanha, foram atingidos por taxas entre 10% e 50%, sob o argumento de “reciprocidade”.

A resposta chinesa foi imediata e contundente. Além de elevar tarifas sobre produtos americanos para 84%, Pequim restringiu a exportação de terras raras, insumo vital para a produção de tecnologia avançada e impôs sanções a empresas norte-americanas com operações em Taiwan. Em comunicado, o Ministério das Finanças da China classificou as ações dos EUA como “uma sucessão de erros que violam regras internacionais”, acusando Washington de promover “intimidação unilateral”. Para analistas, a retórica reflete não apenas uma disputa comercial, mas uma batalha pelo futuro da ordem econômica global.

Enquanto as tensões entre as duas potências se intensificam, o cenário geopolítico global passa por uma reconfiguração inédita. Aliados históricos dos EUA, como a União Europeia, encontram-se em uma posição delicada: submetidos às mesmas tarifas que adversários, países europeus aceleram aproximações com a China, até então vista com desconfiança. O diálogo entre Bruxelas e Pequim, antes marcado por disputas sobre subsídios industriais, ganhou novo fôlego, com ambos os lados buscando reduzir dependência do mercado americano.

Paralelamente, o Brasil surge como peça estratégica nesse tabuleiro. Com a China reduzindo importações agrícolas dos EUA, o agronegócio brasileiro, já responsável por 40% das exportações de soja para os chineses, prepara-se para ampliar sua fatia, replicando o crescimento observado durante a primeira guerra comercial de 2018.

Os impactos econômicos, porém, já são palpáveis. No dia 10 de abril, após o anúncio das retaliações chinesas, as bolsas globais registraram quedas históricas: o S&P 500 recuou 6%, e o Euro Stoxx 600 despencou 5,1%, o pior desempenho em cinco anos. Especialistas alertam que o encarecimento de insumos industriais, como aço e componentes eletrônicos, pressionará a inflação e reduzirá o consumo global. “Estamos diante de um risco real de desaceleração sincronizada”, afirmou uma economista do FMI, sob condição de anonimato.

Apesar do cenário turbulento, as estratégias de negociação seguem caminhos opostos. Enquanto os EUA insistem em tratar as tarifas como “ferramenta de barganha país a país”, excluindo a China das prioridades, Pequim sinaliza abertura ao diálogo, desde que baseado em “igualdade e respeito”. A China também recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC), denunciando as medidas americanas como uma ameaça ao sistema multilateral. Do lado norte-americano, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, minimizou o alcance das retaliações chinesas: “Exportamos apenas 20% do que importamos da China. Eles têm mais a perder”.

Conclusão

A guerra tarifária de 2025 expõe uma divisão profunda no cenário internacional: de um lado, os EUA apostam no protecionismo como alicerce para a reindustrialização; de outro, a China posiciona-se como defensora de um comércio multilateral, ainda que sob críticas por suas próprias práticas autoritárias. Enquanto empresas globais avaliam relocalizar produções para evitar custos extras, países emergentes, como o Brasil, veem oportunidades em nichos específicos, embora sob a sombra da incerteza.

O desfecho dessa disputa ainda é incerto, mas uma lição já emerge: em um mundo cada vez mais fragmentado, a capacidade de adaptação, seja de nações, empresas ou blocos econômicos, definirá quem sairá fortalecido ou enfraquecido. Enquanto Trump insiste em “vencer com tarifas”, a comunidade internacional aguarda, apreensiva, a próxima jogada de Pequim e, se a UE, agora mais próxima da China, conseguirá mediar um conflito que ameaça redefinir o século XXI.

Imagens Destacadas: Navio Cargueiro no Porto de Hamburgo, Alemanha – Créditos: Nuno Luciano/Flickr; China – Presidente Xi Jinping Wikipedia; EUA – Presidente Donald Trump – Créditos: Foto oficial da Casa Branca por Shealah Craighead, UE – Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Wikimidia.

Fontes:

https://www.reuters.com/world/trumps-latest-tariffs-loom-set-deepen-global-trade-war-2025-04-09/

https://borainvestir.b3.com.br/noticias/china-eleva-tarifas-contra-eua-a-84-e-intensifica-guerra-comercial/

https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/04/09/china-anuncia-tarifas-de-mais-84percent-sobre-produtos-dos-eua.ghtml

Colaboração: DeepSeek R3

Marcos Gimenez

Marcos Gimenez Queiroz é Publicitário, Redator, Roteirista, Professor das Disciplinas RTV e Cinema, Professor Graduado em Letras Português e Espanhol pela PUC-SP e Diretor do GapingNews.com

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