- por Marcos Gimenez
- on 29/09/2024
Usando o enxofre como “pista”, cientistas mapeiam regiões onde planetas podem ter água líquida e, quem sabe, vida!
Imagine poder olhar para o céu e saber exatamente onde procurar por planetas que podem ter vida. É isso que uma equipe de cientistas, liderada por Sean Jordan, Oliver Shorttle e Paul B. Rimmer, está tentando fazer. Eles descobriram que o enxofre, um elemento químico comum, pode ser a chave para identificar planetas que estão na “zona habitável” – aquela região nem tão perto nem tão longe de uma estrela, onde a água pode existir em estado líquido. O estudo, publicado no arXiv, mostra como o enxofre na atmosfera de um planeta pode revelar se ele tem ou não água na superfície.
A zona habitável é como o “ponto certo” ao redor de uma estrela. Se um planeta está nessa região, ele não é quente demais para a água evaporar nem frio demais para congelar. Até agora, os cientistas só conseguiam estimar onde essa zona ficava, mas sem provas concretas. Agora, com essa nova pesquisa, eles têm uma ferramenta poderosa: o enxofre.
Os pesquisadores descobriram que, em planetas sem água na superfície, o enxofre aparece na atmosfera de uma forma que pode ser detectada. Mas há um detalhe: isso depende da luz ultravioleta (UV) que a estrela do planeta emite. Estrelas menores e mais frias, chamadas anãs M, emitem menos UV, o que facilita a detecção do enxofre. Já em estrelas como a Trappist-1, que tem um fluxo de UV muito alto, fica mais difícil usar o enxofre como pista.
Para chegar a essas conclusões, a equipe usou modelos de computador que simulam o clima e a química das atmosferas desses planetas. Eles acreditam que, no futuro, uma busca por enxofre em planetas ao redor de anãs M pode ajudar a definir, de forma prática, onde a zona habitável realmente começa e termina.
Conclusão
Essa pesquisa é um grande passo na busca por vida fora da Terra. Com telescópios cada vez mais avançados, a química do enxofre pode se tornar uma ferramenta essencial para encontrar planetas que possam abrigar vida. O trabalho de Jordan, Shorttle e Rimmer não só nos ajuda a entender melhor o universo, mas também nos aproxima de responder uma das maiores perguntas da humanidade: estamos sozinhos no cosmos?
Imagem Destacada: Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostra a galáxia espiral NGC 2566. SA/NASA
Fonte:
https://arxiv.org/abs/2501.17948
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