- por Marcos Gimenez
- on 12/10/2024
Após duas décadas de pesquisa, cientistas revelam que Cristóvão Colombo pode ter sido um judeu-espanhol e não genovês, contrariando a história convencional.
Mais de cinco séculos após Cristóvão Colombo abrir o Novo Mundo à exploração europeia, cientistas estão prontos para desvendar a verdade sobre suas origens. Um estudo genético de 20 anos dos restos mortais do explorador virou de cabeça para baixo a história tradicional, sugerindo que Colombo pode ter sido um judeu espanhol, e não um nativo de Gênova. Essa revelação levanta a intrigante perspectiva de que o homem que ajudou a construir o império espanhol veio da mesma comunidade que seus patronos, o rei Fernando e a rainha Isabel, expulsaram em 1492.
As conclusões foram anunciadas durante um programa especial exibido pela RTVE Play, coincidindo com o Dia Nacional da Espanha, que celebra a chegada de Colombo ao Novo Mundo em 12 de outubro de 1492. José Antonio Lorente, especialista médico forense da Universidade de Granada, liderou a pesquisa e afirmou que a análise revelou que o DNA de Colombo é “compatível” com uma origem judaica.
DNA dos Familiares
“Temos DNA muito parcial, mas suficiente, de Cristóvão Colombo”, disse Lorente. “Temos DNA de seu filho Fernando Colón, e tanto no cromossomo Y quanto no DNA mitocondrial de Fernando há traços compatíveis com uma origem judaica.”
Embora Lorente não tenha conseguido identificar o local exato de nascimento de Colombo, ele sugeriu que a probabilidade é que ele tenha vindo da região mediterrânea espanhola. “Se não havia judeus em Gênova no século 15, a probabilidade de que ele fosse de lá é mínima”, explicou Lorente. “Ficamos com a área mediterrânea espanhola, as ilhas Baleares e a Sicília. Tudo isso indica que sua origem mais provável está no Mediterrâneo espanhol ou nas ilhas Baleares.”
A descoberta também confirma, sem sombra de dúvida, que os restos mortais exumados de Sevilha são realmente de Cristóvão Colombo. Essa revelação foi possível graças às novas tecnologias aplicadas na análise do DNA, e marca o fim de mais de 500 anos de especulação sobre a origem e a nacionalidade de Colombo.
Restos mortais de Colombo no Caribe
Enquanto a República Dominicana reivindica há muito tempo possuir os restos mortais de Colombo, com um mausoléu em sua homenagem na cidade de Santo Domingo, a pesquisa de Lorente prova que os restos em Sevilha são autênticos. No entanto, a possibilidade de que parte dos restos mortais esteja na República Dominicana não foi descartada, devido à falta de cooperação do país com o projeto espanhol.
Esta nova visão sobre as origens de Cristóvão Colombo não apenas desafia a história tradicional, mas também destaca a complexidade e as interações culturais da época. A investigação continua a expandir os conhecimentos sobre a vida e as origens do explorador que mudou o curso da história global.
Imagem Destacada: “Cristóvão Colombo diante do Rei (Fernando II de Aragão) e da Rainha (Isabella I de Castela) da Espanha ao retornar de sua primeira viagem”. Óleo sobre tela. Autor: Ricardo Balaca, 1874. (Medida: 1860 X 1245 mm). Doação de Mónica Torromé de Mansilla, 25-X-1916