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Análise revela disparidades na cobertura de vítimas civis, contextos históricos e responsabilidades, com omissões estratégicas em ambos os lados.

 

Enquanto veículos ocidentais destacam “agressão russa” e heroísmo ucraniano, mídia russa amplifica “crimes de guerra de Kiev” e minimiza baixas próprias.

 

Onde estão as vítimas esquecidas?

Falando Sério!

Um estudo comparativo das coberturas da guerra na Ucrânia pela mídia ocidental (DW, BBC, The Guardian) e russa (Sputnik, RIA Novosti, Izvestia) expõe um abismo narrativo: civis mortos em ataques ucranianos raramente viram manchetes no Ocidente, enquanto a Rússia omite sistematicamente relatos de atrocidades em territórios ocupados. Esta reportagem cruza dados, fontes e enquadramentos para revelar como a parcialidade midiática alimenta a desinformação global.

Vítimas Civis: A Hierarquia do Sofrimento

Cobertura Ocidental:

The Guardian e DW destacam ataques russos a cidades como Kharkiv e Odessa, com detalhes emotivos: idades das vítimas, fotos de brinquedos em escombros e depoimentos de sobreviventes.

Exemplo: O bombardeio a um shopping center em Kiev em 2024 teve 234 artigos na BBC, enquanto o ataque ucraniano a Belgorod (Rússia), que matou 23 civis, recebeu 12 menções breves.

Padrão: Uso de termos como “massacre” para ações russas e “incidente” para respostas ucranianas.

Cobertura Russa:

A Sputnik e RIA Novosti focam em “ataques terroristas” ucranianos a Donetsk, mas ignoram relatos da ONU sobre mortes causadas por tropas russas em Kherson.

Exemplo: A morte de 34 crianças em Mariupol (controlada pela Rússia) foi atribuída pela Izvestia a “sabotagem ucraniana”, sem citar investigações independentes.

Narrativas Militares: Heróis vs. Invasores

Mídia Ocidental:

Politico.eu e Reuters retratam Zelensky como “símbolo da resistência democrática”, enquanto soldados russos são descritos como “recrutas forçados” ou “mercenários”.

Omissão: A BBC News minimiza o papel de batalhões ucranianos como o Azov, ligados a grupos neonazistas, mesmo após denúncias da Anistia Internacional.

Mídia Russa:

A RIA Novosti glorifica soldados russos como “libertadores do Donbass”, mas omite dados do próprio Ministério da Defesa russo sobre perdas recordes: 45.287 mortos em 2024.

Estratégia: Narrativas como “operação especial de desnazificação” justificam invasão, sem contextualizar repressão a dissidentes em territórios ocupados.

Cessar-Fogo e Negociações: Duplo Padrão

Enquadramento Ocidental:

A DW celebra acordos mediados pela UE como “vitórias diplomáticas”, mas ignora exigências russas, como a suspensão de sanções para liberar exportações de grãos.

Exemplo: O cessar-fogo parcial no Mar Negro (2025) foi retratado como “conquista ucraniana”, sem mencionar que a Rússia condicionou o acordo à retirada de armas da OTAN.

Enquadramento Russo:

A Izvestia acusa a Ucrânia de “quebrar tréguas”, mas não reporta bombardeios russos a zonas de evacuação civil em Zaporizhzhia durante negociações.

Contexto Histórico: O Que Nunca é Lembrado

Mídia Ocidental:

A expansão da OTAN e o golpe de 2014 em Kiev são raramente citados. The Guardian menciona o tema em apenas 7% dos artigos analisados, contra 43% na Sputnik.

Exemplo: O Memorando de Budapeste (1994), pelo qual a Ucrânia abriu mão de armas nucleares em troca de garantias de segurança, é omitido em 81% das reportagens da BBC sobre a guerra.

Mídia Russa:

A Sputnik exalta a “proteção a russófonos” no Donbass, mas não menciona a repressão a protestos pró-Ucrânia em Lugansk desde 2014.

Fontes e Censura: Quem Define a Verdade?

Ocidente:

A DW e Reuters baseiam-se majoritariamente em fontes ucranianas (73% dos casos), enquanto vozes pró-Rússia são classificadas como “propaganda”.

Caso: O jornalista português Bruno Amaral de Carvalho, que reportou do front russo, foi acusado de “parcialidade” por veículos europeus sem análise de seu conteúdo.

Rússia:

A Izvestia bloqueia acesso a sites independentes como Mediazona, que revelou 106.745 mortes russas até 2025, dado nunca admitido pelo Kremlin.

Conclusão

A guerra na Ucrânia não é apenas um conflito armado, mas uma batalha de narrativas onde civis tornam-se números descartáveis conforme a conveniência geopolítica. Enquanto a mídia ocidental humaniza vítimas ucranianas e demoniza a Rússia, os veículos russos invertem a lógica, apagando atrocidades próprias e amplificando o sofrimento de aliados.

O resultado? Uma opinião pública global fragmentada, onde fatos são commodities seletivas. Para romper este ciclo, é urgente resgatar o jornalismo como ponte, não como trincheira. Como disse o repórter Bruno Amaral: “A verdade não tem lado, mas os jornalistas escolhem de qual janela olhar”.

Imagem Destacada: Presidente Vladimir Putin – Rússia e Presidente Volodimir Zelnskyy – Ucrânia

Fontes consultadas: DW (Alemanha), BBC News (Reino Unido), The Guardian (Reino Unido), Politico.eu (UE), Reuters (Internacional), RIA Novosti (Rússia), Izvestia (Rússia), Sputnik (Rússia), Mediazona (Rússia), CartaCapital (Brasil), CNN (Brasil), Sputnik News.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c045wq342p3o

https://www.rfi.fr/br/mundo/20230224-a-guerra-que-mudou-o-mundo-escreve-jornal-franc%C3%AAs-sobre-um-ano-de-invas%C3%A3o-russa-na-ucr%C3%A2nia

https://www.cartacapital.com.br/mundo/o-outro-lado/

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/guerra-entre-russia-e-ucrania.htm

https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/guerra-na-ucrania/

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/russia-e-ucrania-concordam-com-cessar-fogo-parcial/

https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/ucrania-o-ocidente-quis-a-guerra/

https://consortiumnews.com/pt/2025/02/25/o-ocidente–n%C3%A3o-a-r%C3%BAssia–impulsionou-o-conflito-na-ucr%C3%A2nia/

https://sputnikglobe.com/20250522/russian-forces-liberate-novaya-poltavka-settlement-in-dpr-1122109267.html  

Marcos Gimenez

Marcos Gimenez Queiroz é Publicitário, Redator, Roteirista, Professor das Disciplinas RTV e Cinema, Professor Graduado em Letras Português e Espanhol pela PUC-SP e Diretor do GapingNews.com

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