- por Marcos Gimenez
- on 20/11/2024
A Voyager 2, está agora, no espaço interestelar, a quase 21 bilhões de quilômetros da Terra.
Para compreendermos, o sobrevoo da Voyager 2 da NASA por Urano décadas atrás moldou o entendimento dos cientistas sobre o planeta, mas também introduziu peculiaridades inexplicáveis. Um mergulho recente nos dados ofereceu respostas:
Em 1986, a Voyager 2 da NASA passou por Urano e forneceu a primeira visão detalhada desse planeta enigmático, descobrindo novas luas e anéis. Cientistas ficaram perplexos com as partículas energizadas ao redor do planeta, desafiando a compreensão dos campos magnéticos. Uma nova análise de dados revelou que dias antes da passagem da Voyager 2, Urano foi impactado por um raro evento de clima espacial, comprimindo sua magnetosfera. Isso fez com que a Voyager 2 observasse Urano em condições incomuns.
“Se a Voyager 2 tivesse chegado apenas alguns dias antes, teria observado uma magnetosfera completamente diferente em Urano”, disse Jamie Jasinski, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia e principal autor do novo trabalho publicado na Nature Astronomy. “A espaçonave viu Urano em condições que ocorrem apenas cerca de 4% do tempo.” As magnetosferas servem como bolhas protetoras ao redor dos planetas (incluindo a Terra) com núcleos magnéticos e campos magnéticos, protegendo-os de jatos de gás ionizado – ou plasma – que fluem do Sol no vento solar.
A pesquisa sugere que as cinco luas principais de Urano podem ser geologicamente ativas, contradizendo a crença anterior de que eram inertes. O vento solar comprimido expulsou plasma da magnetosfera, alimentando cinturões de radiação. Estes achados são promissores para futuras missões, destacadas pela Pesquisa Decadal de Ciência Planetária e Astrobiologia de 2023.
Aprender mais sobre como as magnetosferas funcionam é importante para entender nosso próprio planeta, bem como aqueles em cantos raramente visitados de nosso sistema solar e além.