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Dados autorrelatados do X revelam que Elon Musk cumpriu mais ordens judiciais e pedidos de remoção do governo do que os proprietários anteriores do site.

 

O titã da tecnologia teria atendido às exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, culminando uma disputa de semanas que provocou um debate sobre a liberdade de expressão e o papel dos governos e grandes empresas de mídia social na moderação do discurso online.

Segundo o Financial Times, Musk recuou e cumpriu as ordens de um juiz brasileiro, nomeando um representante legal para o X. A plataforma também suspendeu várias contas citadas pelo tribunal por gerar desinformação e conteúdo extremista.

Elon Musk – em 13 de julho de 2018,
Fonte – Debbie Rowe, Fotógrafa:
Autor- Duncan, casco

Essa medida veio após Musk se recusar repetidamente a remover as contas no final do mês passado, em uma briga altamente visível com o juiz do STF, Alexandre de Moraes. A intransigência de Musk levou ao bloqueio do X no Brasil, um país com 212 milhões de habitantes.

Além do bloqueio, Musk enfrentou multas por não cumprir a ordem e o congelamento de contas bancárias da Starlink, empresa de internet via satélite de Musk. Musk argumentou que a medida era ilegal sob a lei brasileira, mas Moraes afirmou que X e SpaceX, controladora da Starlink, faziam parte da mesma “unidade econômica”, com Musk desfrutando de 79% dos direitos de voto da SpaceX e 40% das ações da empresa.

A controvérsia levou Musk a trocar farpas publicamente com Moraes, que procurou reprimir o conteúdo de extrema direita e a desinformação relacionados às eleições presidenciais de 2022 no Brasil. Musk chegou a ameaçar publicar uma lista de crimes de Moraes e postou uma imagem, criada no fotoshop, do juiz na prisão, além de uma imagem de papel higiênico com o nome do juiz.

Finalmente, X anunciou que nomearia um representante legal oficial no sábado, uma exigência para fazer negócios sob a lei brasileira. A ordem de Moraes gerou um debate público sobre o papel dos governos na regulamentação das mídias sociais, com Musk repetidamente se referindo aos pedidos do Brasil como “censura”.

Créditos : Foto de Sora Shimazak

Apesar de se apresentar como defensor da liberdade de expressão, dados autorrelatados do X mostram que Musk cumpriu mais ordens judiciais e pedidos de remoção do governo do que os proprietários anteriores do site. Segundo a Forbes, “O Twitter tem cumprido mais de 80% dos pedidos do governo e dos tribunais para remover ou alterar o conteúdo desde que Elon Musk comprou a empresa, acima dos cerca de 50% antes de assumir”, refletindo uma discordância com as promessas do bilionário de limitar a censura política que, no caso do Brasil, trata-se de salvaguardar as instituições democráticas de ataques da extrema direita.

“O sistema de justiça brasileiro pode ter dado um sinal importante de que o mundo não é obrigado a tolerar a atitude de extrema-direita de Musk de vale tudo só porque ele é rico”, disse o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva no mês passado, após o site ser banido no país.

 

Foto Destacada – Créditos: Fernado Tatagiba – https://www.flickr.com/photos/fernandotatagiba/6254162557

Foto de Sora Shimazaki: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mesa-de-juizes-com-martelo-e-escalas-5669619/

Fonte:

Financial Times

Sputnik Brasil

Marcos Gimenez

Marcos Gimenez Queiroz é Publicitário, Redator, Roteirista, Professor das Disciplinas RTV e Cinema, Professor Graduado em Letras Português e Espanhol pela PUC-SP e Diretor do GapingNews.com

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