- por Marcos Gimenez
- on 18/01/2025
Missão da NASA avança na compreensão dos mistérios solares e dos eventos climáticos espaciais
A sonda solar Parker da NASA está fazendo história ao realizar seu sobrevoo mais próximo do Sol, passando a apenas 6,1 milhões de quilômetros da superfície solar na véspera de Natal. Esse feito sem precedentes, conhecido como periélio, foi programado para ocorrer às 6h53 do horário do leste dos EUA (11h53 GMT), marcando a menor distância já alcançada por um objeto feito pelo homem.
Em uma atualização recente, a equipe da missão perdeu temporariamente contato com a sonda Parker, não esperando receber um sinal de retorno até sexta-feira, 27 de dezembro. No entanto, uma transmissão recebida em 20 de dezembro indicava que todos os sistemas estavam operando normalmente, conforme monitorado pela Deep Space Network da NASA em Canberra, Austrália.
“Neste momento, a Parker Solar Probe está voando mais perto de uma estrela do que qualquer outra coisa jamais esteve antes”, afirmou a Dra. Nicola Fox, chefe de ciências da NASA, em um vídeo nas redes sociais na manhã de terça-feira. Lançada em agosto de 2018, a sonda Parker embarcou em uma missão de sete anos com o objetivo de aprofundar a compreensão científica do Sol e ajudar a prever eventos climáticos espaciais que podem impactar a Terra.
A sonda leva o nome de Eugene Parker, pioneiro na compreensão científica do Sol, que faleceu em 2022 aos 94 anos.
“Nenhum objeto feito pelo homem já passou tão perto de uma estrela, então a Parker realmente retornará dados de um território desconhecido”, destacou Nick Pinkine, gerente de operações da missão no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.
Desafios e Avanços Tecnológicos
Apesar de a distância de 6,1 milhões de quilômetros parecer grande, a sonda Parker estará na coroa solar, a atmosfera externa do Sol. Para efeito de comparação, se a distância entre a Terra e o Sol (93 milhões de milhas) fosse reduzida a 100 metros, a sonda estaria a apenas 4 metros de distância da superfície solar. O escudo térmico de 11,43 cm de espessura, feito de composto de carbono, foi projetado para proteger a sonda de temperaturas escaldantes de até 930°C, garantindo que seus instrumentos internos permaneçam próximos à temperatura ambiente.
À medida que a sonda se aventurava no desconhecido, ela alcançou a velocidade impressionante de cerca de 690.000 km/h, mais de 550 vezes a velocidade do som e rápida o suficiente para voar de Washington D.C. a Tóquio em menos de um minuto.
A Dra. Fox disse à BBC: “À medida que procuramos planetas em outros sistemas solares que possam abrigar vida, precisamos entender como nossa estrela funciona para que possamos saber que tipo de estrelas estamos procurando em outras galáxias, à medida que buscamos mais e mais exoplanetas.”
Conclusão
A sonda Parker já está ajudando a esclarecer alguns dos maiores mistérios do Sol, desde as origens do vento solar até a formação de ejeções de massa coronal e por que a coroa é mais quente que a superfície solar. Para professores e estudantes universitários, essa missão é uma oportunidade única de estudar de perto os processos solares e entender melhor o papel do Sol no sistema solar e além. A aproximação histórica da sonda Parker ao Sol representa um marco significativo na exploração espacial e na compreensão dos fenômenos solares.
Imagem Destacada: Imagem disponibilizada pela NASA mostra uma representação artística da sonda solar Parker se aproximando do Sol. Fotografia: Steve Gribben/APPhotograph: Steve Gribben/AP
Fontes: https://science.nasa.gov/mission/parker-solar-probe/