Trump afirma ter tido “discussões produtivas” com Putin, mas Casa Branca contradiz declarações sobre guerra na Ucrânia

Enquanto presidente dos EUA sugere fim iminente do conflito, porta-voz nega contato direto com líder russo; situação das tropas ucranianas em Kursk gera preocupação.

Em meio a tensões crescentes no conflito entre Rússia e Ucrânia, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (14 de março de 2025) que teve “discussões produtivas” com o presidente russo, Vladimir Putin, e que há uma “chance muito boa” de a guerra terminar. No entanto, a Casa Branca negou que Trump tenha falado diretamente com Putin, atribuindo as negociações ao enviado americano Steve Witkoff. Enquanto isso, a situação das tropas ucranianas na região de Kursk, invadida em agosto de 2024, preocupa especialistas, com relatos de recuo estratégico para evitar perdas humanas.

Em uma publicação no Truth Social, Trump declarou que as conversas com Putin foram “muito boas e produtivas”, sugerindo que o fim da guerra pode estar próximo. Ele também mencionou ter pedido ao líder russo que poupasse as vidas das tropas ucranianas “completamente cercadas” na região de Kursk. No entanto, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump não teve contato direto com Putin, mas que o enviado americano Steve Witkoff se reuniu com o presidente russo em Moscou na noite de quinta-feira (13 de março).

A reunião entre Witkoff e Putin, descrita como “longa e detalhada” por uma fonte anônima próxima ao governo americano, levantou questões sobre o conteúdo das negociações. Enquanto Trump projeta otimismo, especialistas alertam que conflitos de tal magnitude raramente são resolvidos rapidamente, especialmente diante de interesses geopolíticos complexos.

A situação das tropas ucranianas em Kursk é particularmente preocupante. Após uma invasão ousada em agosto de 2024, as forças ucranianas agora enfrentam pressão crescente das tropas russas, levando a um recuo estratégico para proteger vidas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, nega que as tropas estejam cercadas, mas o movimento de retirada sugere uma situação crítica no terreno.

Os EUA, que fornecem inteligência crucial à Ucrânia por meio de satélites e sistemas de vigilância, têm um papel central no conflito, portanto, pode-se concluir que o presidente Donald Trump estava ciente da real situação dos soldados ucranianos na fronteira russa. Mesmo com essa vantagem tecnológica, a Ucrânia enfrenta desafios logísticos e estratégicos significativos. A perda de territórios e o desgaste das forças ucranianas levantam dúvidas sobre a capacidade do país de sustentar uma contra-ofensiva eficaz e virar a guerra.

Conclusão

Enquanto Trump busca se posicionar como um mediador ativo no conflito, as contradições entre suas declarações e as informações da Casa Branca geram incertezas sobre o futuro das negociações. A situação em Kursk e o recuo das tropas ucranianas destacam a complexidade do conflito, que vai além de simples declarações diplomáticas. Com a Rússia consolidando suas posições e a Ucrânia enfrentando desafios crescentes, o caminho para a paz parece incerto e cheio de obstáculos. A comunidade internacional aguarda ansiosamente por desenvolvimentos, enquanto o custo humano da guerra continua a aumentar.

Imagem Destacada: O presidente dos EUA, Donald Trump (à direita), se encontra com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky (à esquerda) no Salão Oval da Casa Branca em Washington e entram em choque, na sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025. (Foto da EPA Images)

Fonte: https://www.reuters.com/world/trump-says-had-productive-discussions-with-putin-war-ukraine-could-end-2025-03-14/